Tanques Israelenses Avançam no Centro de Rafah em Meio à Intensificação dos Conflitos

Nesta terça-feira (28), tanques israelenses chegaram ao centro de Rafah pela primeira vez, conforme testemunhas relataram, três semanas após o início de uma operação terrestre na cidade do sul de Gaza que gerou condenação internacional.

Os tanques foram avistados perto da mesquita Al-Awda, um ponto central em Rafah, de acordo com relatos à Reuters. Os militares israelenses confirmaram que suas forças continuam operando na área de Rafah, mas não comentaram sobre os avanços específicos no centro da cidade.

Durante a noite, Rafah foi alvo de intensos bombardeios aéreos e disparos de tanques israelenses, conforme relataram moradores, intensificando a ofensiva apesar da pressão global após um ataque no domingo que resultou na morte de pelo menos 45 palestinos, incluindo crianças, mulheres e idosos.

Desde o ataque de domingo, pelo menos mais 26 pessoas foram mortas em Rafah por fogo israelense, segundo autoridades do Hamas, que administra o enclave.

Os tanques israelenses avançaram para os bairros ocidentais e assumiram posições na colina de Zurub, no oeste de Rafah, em uma das noites mais violentas de bombardeio, segundo moradores. Testemunhas relataram tiroteios entre tropas israelenses e combatentes do Hamas na área de Zurub.

Além disso, testemunhas em Rafah observaram veículos blindados operados remotamente sem sinal imediato de pessoal dentro ou ao redor deles. Um porta-voz militar israelense não respondeu imediatamente aos pedidos de comentário.

Desde que Israel iniciou a incursão, assumindo o controle da passagem de fronteira com o Egito há três semanas, os tanques sondaram os arredores de Rafah e entraram em alguns distritos orientais, mas não haviam avançado com força total até agora.

Líderes globais reagiram ao ataque de domingo em um campo de deslocados em Tel Al-Sultan, pedindo a implementação de uma ordem da Corte Mundial para interromper o ataque israelense. No entanto, os ataques continuaram, e a área de Tel Al-Sultan ainda estava sob intenso bombardeio.

Cerca de 1 milhão de pessoas fugiram da ofensiva israelense em Rafah desde o início de maio, informou a agência da ONU para refugiados palestinos (UNRWA).

Israel manteve os ataques, mesmo após uma decisão do principal tribunal da ONU na sexta-feira que ordenava a suspensão dos ataques, alegando que a decisão do tribunal permite alguma margem para ação militar.

Nesta terça-feira, Espanha, Irlanda e Noruega reconheceram oficialmente um Estado palestino, apesar da reação negativa de Israel, que se vê cada vez mais isolado após mais de sete meses de conflito em Gaza. Essas nações esperam que sua decisão ajude a acelerar os esforços para garantir um cessar-fogo na guerra entre Israel e o Hamas.

Mais de 36 mil palestinos foram mortos na ofensiva israelense, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. Israel iniciou a operação após um ataque liderado pelo Hamas em comunidades do sul de Israel em 7 de outubro, que resultou na morte de cerca de 1.200 pessoas e no sequestro de mais de 250 reféns, conforme registros israelenses.

Israel afirma que a ofensiva visa eliminar combatentes do Hamas escondidos em Rafah e resgatar os reféns supostamente mantidos na região.

 

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