Estou amando esse novo desafio! Ter uma coluna em um portal de notícias tem sido uma experiência tão empolgante quanto intrigante. Sabe, é uma delícia poder falar sobre o que vejo, vivo e aprendo. Aliás, já que sou uma senhora, me dou o total direito de discutir sobre diversos temas, sem esquecer, claro, do meu conhecimento profissional.
E, olha só, recentemente virei uma Dorameira assumida! Assistir a essas novelas coreanas é uma jornada com rituais bem divertidos: maratonar episódios, fazer corações com os dedos (quem nunca?), tentar falar coreano e não acertar uma palavra, morrer de vontade de comer lamen fazendo barulhinho, seguir outros fãs de doramas no Instagram, chorar litros com as mocinhas e suspirar com o cavalheirismo dos atores. E, claro, falar sem parar sobre os doramas que todo mundo deveria ver. Nossa, como posso gastar tanto tempo falando sobre doramas!
Mas, gente, isso me faz pensar… Como é difícil, nas horas vagas, não me jogar no sofá e maratonar esses doramas. Eu me permiti essa indulgência, mas também sei que é super importante sair um pouco da rotina, certo? Mudar a rota às vezes pode ser incrivelmente enriquecedor. Pensando nisso, resolvi dar uma pausa nos doramas e me joguei no filme “Intruso”, do Prime Video. Uma experiência que eu amei e quero compartilhar. Alerta de spoilers!
“Intruso” é um filme que se passa num futuro nada alegre, numa Terra bem maltratada. O casal protagonista está numa fazenda, e dá pra sentir uma solidão gritante entre eles, mesmo estando juntos. O ambiente quente contrasta com a frieza do relacionamento deles. Depois que um visitante misterioso aparece com uma proposta, tudo muda de figura.
O relacionamento se transforma, o amor volta a dar as caras, e ela até retorna ao piano! Mas, aí o visitante volta, e minha nossa, como tudo vira de cabeça para baixo! No final, descobrimos que o marido foi parte de uma experiência espacial e a pessoa com quem ela passou um ano inteirinho era uma IA, igualzinha a ele. E, no final das contas, ela se vai, deixando o marido com uma versão IA dela mesma. Uau, ficou confuso aí também?
Agora, pensando alto aqui: quantos de nós estamos numa solidão a dois? Quantos se adaptaram ao dia a dia e já nem sabem mais o que realmente importa? E as relações afetivas? Por que estão tão desgastadas, ao ponto das IAs nos completarem enquanto a conexão humana some? Isso é de apertar o coração.
No final das contas, o que sobra é uma carta em branco para o esposo de uma mulher que se apaixonou pela versão IA do marido. Dá pra acreditar? Mas, vamos refletir:
- Será que estamos prontos para realmente dialogar, interagir de verdade, ouvir e ser ouvidos, acolher e ser acolhidos?
- E nossos sonhos e desejos, estamos lutando para mantê-los vivos, mesmo os pequenininhos?
- Será que estamos dando tudo de nós para que nossas relações funcionem, ou estamos só esperando que o outro faça a parte dele?
Como diria o Pequeno Príncipe, e eu adoro essa frase: “Você é responsável por aquilo que cativas”.
Bora lá? Que tal olhar para dentro de si e entender o que você pode fazer para ter um relacionamento que realmente te faça feliz?
Por Cláudia Bento
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