A Polícia Civil de Torres (RS) está investigando a possibilidade de que Deise Moura de Anjos, suspeita de envenenar três pessoas da mesma família com um bolo contaminado por arsênio, seja também responsável pela morte de seu sogro. As autoridades apontam que ela pode ter utilizado o mesmo veneno para matar o pai de seu marido, em setembro do ano passado.
Conforme divulgado, mensagens obtidas pela polícia revelam que Deise tentou evitar investigações sobre a causa da morte do sogro, alegando que seu marido estava “muito deprimido”.
Segundo a delegada Sabrina Deffente, a perícia identificou a presença de arsênio no corpo do sogro, a mesma substância usada por Deise nos outros crimes. Além disso, a suspeita tentou ocultar provas ao insistir na cremação do corpo.
Mensagens Reveladoras e Tentativa de Encobrir o Crime
Deise enviou mensagens à sogra afirmando que o marido não queria mais análises laboratoriais para descobrir a causa da morte do pai. Ela justificou o falecimento dizendo que ele teria consumido bananas contaminadas em uma enchente na cidade de Canoas (RS), onde a família possuía uma casa.
Em uma das mensagens, Deise escreveu:
“Acho que precisamos rezar mais, aceitar mais, e não procurar culpados onde não tem, não nos momentos em que Deus nos reserva, e isso, sim, não tem volta, nem polícia, nem perícia que possa nos ajudar a desvendar.”
Pesquisas e Frieza
A investigação revelou que Deise realizou buscas detalhadas sobre venenos, incluindo a água-tofana, uma substância usada no século XVII por mulheres para envenenar seus maridos. A partir disso, ela descobriu o arsênio, que teria sido utilizado nos crimes.
O delegado Marcos Vinicius Veloso, titular da Polícia Civil de Torres, destacou que Deise descreveu a sogra como “naja” (uma espécie de cobra) durante os depoimentos. Ele também classificou o comportamento da suspeita como “frio”.
Ligações Entre os Crimes
A morte do sogro, inicialmente atribuída a uma intoxicação alimentar, voltou a ser investigada após o falecimento de outras três pessoas da família, vítimas de um bolo envenenado. A perícia confirmou que o sogro também foi envenenado, reforçando as suspeitas de homicídios em série.
De acordo com a delegada Deffente:
“Ela pesquisou, comprou, recebeu e usou o veneno para matar pessoas. Não temos dúvidas de que se trata de homicídios e tentativas de homicídios em série.”
As investigações continuam, e Deise Moura de Anjos permanece como principal suspeita por quatro mortes na família.
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