A partir do próximo dia 15 de julho, os supermercados e comércios de Marília não poderão mais distribuir sacolas plásticas descartáveis. A medida, estabelecida pela Lei Municipal nº 9.046/2023, marca um divisor de águas na relação da cidade com o meio ambiente — e, apesar da polêmica gerada, é absolutamente necessária.
Vivemos há décadas mergulhados no conforto do descartável. Sacolinhas “de graça” que usamos por minutos e que demoram centenas de anos para se decompor. Basta andar por qualquer córrego, loteamento ou estrada da nossa região para ver o resultado: lixo espalhado, plástico nos rios, entupimento de bueiros, degradação ambiental. É preciso coragem para mudar, e Marília está mostrando que tem.
Claro, há quem reclame. Sempre tem. Mas precisamos sair da zona de conforto. Proibir a distribuição gratuita de sacolas não é um capricho — é um ato de responsabilidade ambiental, de respeito ao planeta e às futuras gerações. O impacto não será sentido em um dia ou em uma semana. Mas será sentido daqui a anos, quando nossos filhos e netos viverem numa cidade mais limpa, com mais consciência coletiva.
Essa mudança de hábito pode até parecer incômoda no começo. Mas será como o cinto de segurança: contestado quando surgiu, e hoje ninguém questiona. Levar sua sacola de casa não é um sacrifício. É uma escolha por um mundo menos sufocado pelo plástico.
O que se pede não é o impossível, é o básico: que as sacolas sejam reutilizáveis, recicláveis ou retornáveis. Há alternativas acessíveis, duráveis, que não custam mais do que alguns trocados e que ainda ajudam o comércio local. Já temos comércios que adotaram essa demanda e nem por isso os clientes pararam de comprar por lá.
Não se trata de punir ninguém, mas de educar. E a educação ambiental precisa começar em algum lugar. Começa aqui. Começa agora. Se cidades maiores que a nossa se adaptaram, pra gente será moleza. Confie.
Athos Guerra
Diretor O Mariliense