A reta final do remake de Vale Tudo, exibido no horário nobre da TV Globo, tem sido marcada por polêmicas e críticas intensas. A apresentadora Sônia Abrão voltou a se manifestar contra as mudanças promovidas por Manuela Dias, responsável pela adaptação da trama de 1988, originalmente criada por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères.
Segundo Sônia, as alterações descaracterizaram pontos centrais da obra. Ela chegou a citar um comentário de Silvio de Abreu, feito em entrevista recente, no qual o autor afirmou que, diante de tantas mudanças, Manuela deveria ter escrito uma novela própria em vez de modificar tanto o clássico.
Reconhecido por sucessos como Éramos Seis e Belíssima, Silvio de Abreu já havia criticado a adaptação meses atrás. Para ele, a versão atual perdeu a essência da história, apesar de reconhecer o talento de Manuela Dias:
“Ela é uma ótima autora, mas seguiu um caminho diferente, com mudanças que, na minha visão, não têm funcionado bem”, disse.
As transformações na trama incluem a introdução de Leonardo, filho de Odete Roitman (Debora Bloch), romances inéditos, alterações na trajetória financeira de Raquel Acioly (Taís Araújo), ajustes no perfil de vilões e até mortes inesperadas.
O descontentamento não se restringe aos bastidores da crítica televisiva. Parte do elenco também demonstrou insatisfação. Taís Araújo comentou a frustração ao ver Raquel voltar a vender sanduíches na rua, enquanto Luis Lobianco lamentou a pouca atenção dada às personagens LGBTQIAPN+, como Laís e Cecília, interpretadas por Lorena Lima e Maeve Jinkings.
Com término marcado para 17 de outubro, o remake de Vale Tudo dará lugar à estreia de Três Graças, nova novela de Aguinaldo Silva, que retorna à Globo após anos afastado. A emissora aposta na produção como estratégia para recuperar estabilidade na audiência, que vem registrando oscilações desde 2022.