Região Sudeste lidera em casos de febre maculosa no país; Veja como se proteger e tratar a doença

FEBRE MACULOSA

O Ministério da Saúde divulgou nesta terça-feira (13) uma atualização dos dados sobre a febre maculosa no Brasil. De acordo com o relatório, foram registrados 49 casos da doença em 2023, dos quais seis resultaram em óbito.

A Região Sudeste concentra a maioria dos registros, com 25 casos, sendo oito no Espírito Santo, sete em São Paulo, seis no Rio de Janeiro e quatro em Minas Gerais. No ano anterior, em 2022, o país registrou 190 casos da doença, com 70 mortes.

O Ministério da Saúde ressalta que distribui aos estados os antibióticos específicos para o tratamento da febre maculosa e realiza ações de capacitação nas vigilâncias regionais. Além disso, são divulgadas diretrizes técnicas e recomendações de conduta para cuidados clínicos e vigilância ambiental, bem como materiais educativos para prevenção.

Mortes em Campinas

O Instituto Adolfo Lutz confirmou nesta terça-feira (13), a morte de duas pessoas que estiveram em um evento na Fazenda Santa Margarida, em Campinas (SP), no 27 de maio e apresentaram sintomas da doença. O Piloto Douglas Costa, de 42 anos e uma jovem de 28 anos que tiveram as amostras positivas para a febre maculosa. A namorada do piloto, Mariana Giordano, de 36 anos, teve a morte confirmada na segunda-feira (12).

Além do casal e da jovem, uma adolescente de 16 anos, que também esteve na Fazenda Santa Margarida, no evento “Feijoada do Rosa”, também teve a morte pela doença confirmada no final da tarde desta terça-feira. Ela estava hospitalizada desde o dia 9 de junho, poucos dias após a festa em Campinas.

Campinas também é citada no comunicado do Ministério da Saúde, que informa estar acompanhando três óbitos suspeitos de febre maculosa na cidade de São Paulo. A nota destaca que Campinas é uma área endêmica e que o período sazonal para a doença no país ocorre de maio a setembro.

Diagnóstico e tratamento da doença

A febre maculosa é uma doença infecciosa que apresenta formas clínicas leves e graves, com uma alta taxa de letalidade. É causada pela bactéria Rickettsia, transmitida pela picada do carrapato infectado.

A orientação do Ministério da Saúde é que, em caso de manifestação de sintomas como febre, dor no corpo e manchas avermelhadas na pele, as pessoas procurem a Unidade Básica de Saúde. A febre maculosa não é transmitida diretamente entre pessoas por contato. No Brasil, os principais vetores são carrapatos do gênero Amblyomma.

A doença normalmente se manifesta de forma repentina, com sintomas semelhantes aos de outras infecções, como febre alta, dor de cabeça, falta de apetite e desânimo. Em seguida, pequenas manchas avermelhadas, que aumentam e se tornam salientes, podem aparecer.

Os sintomas são agravados por náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, dor muscular constante, inchaço e vermelhidão nas palmas das mãos e sola dos pés, gangrena nos dedos e orelhas. Nos casos mais graves, pode ocorrer paralisia, começando nas pernas e se espalhando para os pulmões, podendo levar à parada respiratória.

O diagnóstico precoce da febre maculosa é desafiador, especialmente nos primeiros dias da infecção, pois os sintomas iniciais podem ser confundidos com os de outras doenças, como leptospirose, dengue, hepatite viral, entre outras. No entanto, é importante considerar se o paciente esteve em áreas de mata, florestas, fazendas ou trilhas ecológicas, onde pode ter sido picado por um carrapato.

O profissional de saúde pode solicitar exames para confirmar ou contribuir para o diagnóstico.

O tratamento da febre maculosa é eficaz quando administrado com antibióticos específicos nos primeiros dois ou três dias da infecção. O medicamento deve ser iniciado assim que os primeiros sintomas surgirem, mesmo sem o diagnóstico confirmado, uma vez que o diagnóstico pode demorar. Em certos casos, a hospitalização pode ser necessária. A terapia é realizada por um período de 7 dias, com uma continuação por mais 3 dias após o fim da febre.

O atraso no diagnóstico e no início do tratamento pode levar a complicações graves, como o comprometimento do sistema nervoso central, rins, pulmões, lesões vasculares e, eventualmente, levar ao óbito.

Prevenção

A prevenção da febre maculosa baseia-se em evitar o contato com carrapatos. Portanto, em áreas onde há exposição a esses parasitas, medidas como o uso de roupas claras para facilitar a identificação, o uso de calças, botas e blusas de manga comprida ao caminhar em áreas arborizadas e gramados, a evitar o acesso a locais com grama alta ou vegetação densa, e o uso de repelentes de insetos podem ajudar a evitar a infecção.

Além disso, o Ministério da Saúde recomenda a remoção dos carrapatos com uma pinça, sem apertar ou esmagar o parasita. Após a remoção completa, a área da picada deve ser lavada com álcool ou sabão e água. Quanto mais rápido os carrapatos forem removidos do corpo, menor será o risco de contrair a doença.

Por fim, leia mais O Mariliense

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