Com o objetivo de orientar a rede de supermercados, o Procon Marília convocou reunião com representantes da APAS (Associação Paulista de Supermercados), que aconteceu na manhã desta quarta-feira (23) na sede do órgão municipal.
Segundo a diretora do Procon Marília, Valquíria Galo Febrônio Alves, os direitos do consumidor e do meio ambiente devem ser preservados no cumprimento da nova legislação. “O direito do consumidor está ligado ao do meio ambiente. E toda a cadeia, desde o fornecedor até o consumidor, deve se preocupar com a defesa do meio ambiente sustentável. O objetivo do Procon é defender o consumidor e não o fornecedor. E também é preciso defender o consumo sustentável. O consumidor precisa de opção, pois muitas vezes vai com o dinheiro contato fazer compras e não pode pagar pela sacola”, explicou.
Para o secretário adjunto do Meio Ambiente e Serviços Públicos, Rodrigo Más, é preciso uma sinergia nesse momento, apesar das dificuldades. “O centro do objeto é a mitigação do plástico no meio ambiente. Chile, Estados Unidos e Europa, por exemplo, já não distribuem mais sacolas plásticas. Estamos no caminho certo”.
A diretora do Procon lembrou ainda que os supermercados não podem vender sacola com propaganda da loja. “Essa prática configura venda casada e isso prejudica o consumidor”.
Segundo o pelo diretor regional da APAS, Sérgio Reis da Silva, o propósito dos supermercados não é vender sacola. “Queremos que cada um leve a sua retornável. Além de reduzir plástico no meio ambiente, também vamos reduzir custos, aumentando a competitividade entre as lojas”.
Finalizando a reunião, Valquíria Alves afirmou que é preciso ver o que é melhor para a coletividade. “Nesse momento de adaptação, a melhor opção é o supermercado oferecer opções gratuitas de embalagem, como caixas de papelão”.
Participaram da reunião a diretora do Procon Marília, Valquíria Alves, o secretário adjunto do Meio Ambiente e Serviços Públicos, Rodrigo Más, além de representantes dos supermercados Preço Certo, Florentino, Kawakami, São Francisco, Tauste e Confiança, que gerenciam o total de 13 lojas que representam 70% do faturamento do setor na cidade. A APAS foi representada pelo diretor regional, Sérgio Reis da Silva.
CUIDAR DO MEIO AMBIENTE É RESPONSABILIDADE COLETIVA
Segundo o secretário adjunto do Meio Ambiente e Serviços Públicos, o ambientalista Rodrigo Más, o problema do plástico é urgente e exige ações práticas, mesmo que simbólicas. “Existe uma previsão de uma bióloga americana que, em 2050, haverá mais plásticos nos oceanos do que peixes. O plástico virou uma epidemia grave. Temos entendimento que a retirada das sacolinhas não vai salvar o mundo, mas é um primeiro passo. Assim como já acontece com a logística reversa de pneus e óleo. Para caminhar, tem que dar o primeiro passo”, afirmou.
O uso indiscriminado de sacolas plásticas tem gerado efeitos alarmantes: estima-se que o Brasil consuma entre 13 bilhões e 15 bilhões de unidades por ano, o que representa cerca de 35 a 41 milhões de sacolas descartadas diariamente. De acordo com o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), o número chega a cerca de 800 sacolas plásticas por habitante ao ano.
“Vamos atenuando e reduzindo o impacto que esses produtos geram. Como foi com os canudinhos, é um processo gradual. Mas ele precisa começar”, reforça Rodrigo Más.