Um vídeo publicado por Francielle Unica, moradora de Marília, no dia 15 de Abril, viralizou nas redes sociais nesta semana após ela denunciar um grave caso de descaso e constrangimento sofrido na UPA Norte, unidade de saúde gerida pela Unimar (AHBU). Segundo Francielle, sua filha de apenas 2 anos precisou esperar mais de 4 horas por atendimento médico, mesmo em estado delicado.
No relato, visivelmente emocionada, a moradora pede que o vídeo seja compartilhado amplamente nas redes sociais até chegar ao prefeito Vinícius Camarinha, a quem ela faz um apelo direto para que tome providências sobre o atendimento na unidade.
“O que me deixou mais indignada, além da demora absurda no atendimento, foi a forma como o segurança da unidade me tratou. Ele nos encurralou contra a parede, a mim e à minha filha, como se estivéssemos fazendo algo errado. Isso é desumano!”, afirma Francielle.
Gestão da AHBU Unimar responde
Diante da repercussão nas redes, a Unimar, responsável pela administração da UPA Norte, publicou uma nota oficial com esclarecimentos sobre o ocorrido. Segundo a entidade, as alegações feitas por Francielle “não condizem com a realidade dos fatos”. A nota afirma que uma apuração criteriosa foi realizada, com base no prontuário da criança, no relatório de fluxo da unidade e nas imagens das câmeras internas.
Confira a nota na íntegra:
A gestão da UPA Norte de Marília vem a público esclarecer os fatos relacionados ao vídeo que circula nas redes sociais envolvendo o atendimento de uma criança na noite da última segunda-feira.
O conteúdo divulgado pela mãe da paciente não condiz com a realidade dos fatos ocorridos naquela noite. Após apuração criteriosa, com base no prontuário da criança, no relatório de fluxo da unidade e nas imagens captadas pelas câmeras internas, foi possível constatar que:
A paciente deu entrada às 22h13, sendo classificada como caso de menor gravidade às 22h17, conforme o protocolo de acolhimento com classificação de risco. Importante ressaltar que não foram constatados sinais de febre no momento da triagem;
Durante o período de espera, a unidade registrava fluxo intenso de atendimento pediátrico, com pacientes sendo chamados de forma contínua;
A mãe da paciente se dirigiu à recepção diversas vezes e, às 00h31, acessou sem autorização as áreas internas da UPA, sendo imediatamente acompanhada por um profissional da segurança;
As imagens das câmeras de segurança comprovam que não havia áreas apagadas ou equipes dormindo, como alegado. Ao contrário, os corredores estavam iluminados, com movimentação de pacientes e profissionais em plena atividade;
Às 00h54, a paciente foi chamada para atendimento, totalizando 2h41 entre a entrada e a consulta, considerando o alto volume de atendimentos naquela noite.
Reforçamos que todos os atendimentos realizados na UPA seguem rigorosamente os protocolos de urgência e emergência definidos pelo Ministério da Saúde, com prioridade para os casos de maior gravidade.
Tanto o vídeo divulgado quanto o prontuário da paciente, o relatório de atendimentos e as imagens das câmeras internas serão encaminhados ao setor jurídico da instituição, que analisará o caso e tomará as medidas legais cabíveis diante da propagação de conteúdo inverídico nas redes sociais.
Lamentamos profundamente a disseminação de informações falsas, que além de ferirem o trabalho sério e comprometido das equipes de saúde, geram insegurança desnecessária na população.
Repercussão continua nas redes
A nota, no entanto, não cessou os questionamentos de moradores. Muitos internautas reforçaram que o problema no atendimento da UPA Norte não é pontual. “Francielle é a única mãe a reclamar?”, indagou uma moradora em um grupo da cidade.
O caso reacende o debate sobre a qualidade e a humanização do atendimento nas unidades públicas de saúde de Marília, e reforça o apelo feito pela população para que a Prefeitura tome providências.
O O Mariliense publica abaixo o vídeo na íntegra, conforme solicitado por Francielle, para que a população possa tirar suas próprias conclusões sobre o ocorrido.