O governo do estado de São Paulo planeja um aumento de R$ 44,3 bilhões em seu orçamento para 2025, totalizando R$ 372,4 bilhões, mas incluiu uma redução de 10% na verba para a operação “SP Sem Fogo”, destinada à prevenção e ao combate de incêndios florestais, resultando em um corte de R$ 330 mil.
Em 2024, o estado de São Paulo registrou o maior número de focos de incêndio nos meses de agosto e setembro desde o início do monitoramento pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998. Somente em setembro, mês em que o orçamento foi enviado à Assembleia Legislativa (Alesp), foram registrados 2.522 focos.
Os deputados estaduais de São Paulo devem definir nesta terça-feira (5) o relator do Projeto de Lei Orçamentária de 2025, encaminhado pelo governo à Alesp no final de setembro. Esse projeto traça o planejamento para a aplicação dos recursos estaduais no próximo ano.
O aumento previsto de R$ 44,3 bilhões contempla diversas áreas, como saúde, segurança, desenvolvimento urbano e habitação, meio ambiente, ciência e tecnologia, e governo. A Secretaria da Saúde, por exemplo, terá um repasse de R$ 36,2 bilhões, um acréscimo de 19,8% em relação a 2024, enquanto a Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação receberá R$ 2,9 bilhões, 56,7% a mais que o orçamento anterior. A Secretaria de Governo e Relações Institucionais verá o maior crescimento proporcional, com um aumento de 571,1%.
Entretanto, algumas áreas sofrerão cortes significativos. A verba destinada ao combate a enchentes será 15% menor, representando uma redução de R$ 55,6 milhões em relação ao ano anterior. Outras secretarias também enfrentarão reduções em seus repasses, como a Secretaria de Agricultura e Abastecimento, que terá um orçamento de R$ 914,3 milhões, uma queda de 18,4%, e a Secretaria de Transportes Metropolitanos, que receberá 14,7% a menos, totalizando R$ 13,4 bilhões.
André Marques, coordenador do Centro de Gestão e Políticas Públicas do Insper, expressou preocupação sobre a redução de verbas em áreas críticas. Ele questionou a priorização do governo estadual, especialmente considerando o aumento de eventos climáticos extremos e a situação de grupos vulneráveis, como mulheres e crianças.
O orçamento ainda passará por discussões e votação na Alesp, podendo sofrer alterações antes de retornar para a sanção do governador, o que instituirá a Lei Orçamentária Anual de 2025.
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