A 21ª Marcha da Consciência Negra reuniu centenas de pessoas na Avenida Paulista nesta quarta-feira (20), celebrando pela primeira vez o Dia da Consciência Negra como feriado nacional. O evento, considerado histórico, trouxe momentos de reflexão, alegria e resistência.
“É uma virada de página. Celebramos com muita alegria o reconhecimento desse dia como feriado nacional”, afirmou José Adão de Oliveira, 69 anos, cofundador do Movimento Negro Unificado (MNU), organização criada em 1978, e um dos organizadores da marcha.
A assistente social Claudia Adão conduziu sua filha ao evento pela primeira vez, compartilhando a emoção de reviver uma tradição familiar. “Comecei a frequentar a marcha aos 15 anos. Hoje, venho com minha filha para celebrar essa conquista e para que ela conheça a história de Zumbi dos Palmares. Somos um povo que luta e se mobiliza”, ressaltou.
Durante a marcha, discursos destacaram que, apesar da conquista do feriado, ainda há muito pelo que luta. “Enquanto houver pretos e pretas sendo assassinados e tendo seus direitos violados, continuaremos marchando pela vida e pela liberdade do nosso povo”, enfatizaram os participantes.
A data de 20 de novembro homenageia Zumbi dos Palmares, símbolo de resistência contra a escravidão e liderança do Quilombo dos Palmares, morto em 1695. O evento reforça o legado de Zumbi e a luta contínua por uma sociedade mais igualitária.
O dia foi marcado por emoção, memória e a reafirmação de que a luta por direitos e justiça social permanece viva. Um marco que, mais do que nunca, ecoa nas ruas e nos corações.
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