Equipes de resgate na Espanha estabeleceram um necrotério temporário em um centro de convenções e seguiram em busca de alcançar áreas isoladas nesta sexta-feira (1º). As enchentes catastróficas elevaram o número de mortos para 205, no que se tornou o pior desastre climático da Europa em cinco décadas.
A região de Valência, no leste de Espanha, foi a mais afetada, com 202 vítimas fatais, segundo autoridades locais. Outras três mortes foram registradas em Castela La Mancha e Andaluzia. O número de vítimas se aproxima do recorde europeu desde 1970, quando fortes enchentes causaram 209 mortes na Romênia, enquanto Portugal sofreu uma tragédia semelhante em 1967, que resultou em quase 500 mortos.
Mais de 500 soldados estão empenhados nas buscas pelos desaparecidos e no auxílio aos sobreviventes, com um novo alerta meteorológico emitido para Huelva, no sudoeste do país. A quantidade de mortos pode continuar subindo, com bolsas de pessoas ainda desaparecidas, alertou Angel Victor Torres, ministro encarregado da cooperação regional, em entrevista nesta quinta-feira (31).
Cerca de 75 mil residências permaneceram sem eletricidade, e bombeiros trabalham para abastecer geradores com gasolina retirada de carros abandonados. “Estamos indo de carro em carro para buscar qualquer gasolina disponível”, relatou um bombeiro da Andaluzia que se deslocou para Valência, equipado com um tubo de plástico e garrafas para coleta.
As tempestades foram causadas por uma intensa que despejou um ano de chuva em apenas oito horas na noite de terça-feira (29), destruindo estradas, linhas de trem e pontes enquanto os rios transbordavam e avançavam pelas cidades.