Crise: Servidores contestam denúncia da presidente do SINDIMMAR e acusam gestão de autoritarismo e perseguição política

Na última semana, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Serviços Públicos Municipais de Marília (SINDIMMAR), Vanilda Gonçalves Lima, denunciou publicamente ataques e perseguições contra servidores municipais, alegando ser vítima de violência política de gênero e intimidações.

Entretanto, a repercussão da denúncia gerou uma reação de um grupo de servidores que afirmam que a situação dentro do sindicato é, na verdade, o oposto do que foi relatado pela presidente. Em documento enviado à redação, servidores da base e membros da diretoria afastados acusam a atual gestão sindical de perseguição política, autoritarismo e práticas antidemocráticas.

O auxiliar de desenvolvimento escolar e diretor de promoção da cultura, esporte e lazer, Milton Junior Andrade da Silva, relata que, desde o início da atual gestão, houve descumprimento de acordos políticos internos e desrespeito ao estatuto do sindicato. Ele afirma que, ao tentar organizar o evento do Dia da Consciência Negra, foi ignorado pela presidente e pela diretoria jurídica, que tomaram decisões unilaterais sem consulta à sua coordenação, esvaziando suas atribuições e promovendo o que chamou de “violência institucional”.

Segundo Milton, após manifestações internas e denúncias feitas em grupos de servidores sobre o comportamento da presidente, ele e a conselheira fiscal foram suspensos por um ano da diretoria do sindicato, em um processo que, segundo eles, foi marcado por irregularidades, ausência de defesa adequada e favorecimento político.

“A atual presidente mobilizou aliados para nos desqualificar e ignorou nossa defesa técnica e jurídica. Agora, ela se coloca como vítima, distorcendo o debate e usando de forma oportunista pautas como a luta das mulheres”, afirma Milton, que defende uma gestão mais democrática e transparente no sindicato.

Além disso, outro grupo de servidores organizados na Frente Anticoncessão (F.A.C), especialmente trabalhadores do Departamento de Água e Esgoto de Marília (DAEM), também publicou uma nota pública acusando a presidente de promover ações midiáticas e unilaterais em detrimento da democracia sindical. O documento aponta que a presidente protocolou a absorção dos servidores do DAEM pela administração direta sem debate com a categoria, desconsiderando cargos técnicos essenciais e expondo os servidores ao risco de perda de direitos.

A F.A.C também cobra a convocação imediata de um Congresso Sindical com participação das bases, criticando o que chamam de “voluntarismo amador” da atual gestão do SINDIMMAR. Para conferir o documento divulgado pela F.A.C acesse o link.

Leia na íntegra a denúncia apresentada pelo servidor Milton Junior Andrade da Silva:

“Relato sobre a Perseguição Política no Sindicato

No processo de formação da chapa para a eleição sindical, foram estabelecidos acordos políticos que garantiriam o afastamento de determinados diretores para o desempenho pleno de suas funções no sindicato, inclusive, através de votação. A atual presidente não só descumpriu com o que havia sido acordado anteriormente, como decidiu sozinha afastar uma conselheira no lugar de um dos diretores executivos, contrariando as normas previstas em estatuto, bem como os compromissos eleitorais assumidos com os sindicalizados e sem abrir para debate aos demais membros eleitos.

Desde o início do nosso trabalho na nova gestão, enquanto diretor de cultura, iniciei a organização do evento do Dia da Consciência Negra, a ser realizado em 20 de novembro, no qual eu, conforme minhas atribuições, deveria atuar como coordenador. Durante esse processo, tanto a presidente do sindicato quanto a diretora jurídica ignoraram minha posição, passando por cima da minha autoridade na coordenação, desconsiderando diretrizes fundamentais para a organização e conduzindo ações arbitrárias que comprometeram o planejamento do evento. Além disso, esse processo foi marcado por diversos episódios de desrespeito e violência institucional.

Diante dessas irregularidades, buscamos inicialmente resolver os conflitos internamente, apresentando nossos argumentos e apontamentos políticos, denunciando a postura monocrática, autoritária e antidemocrática da presidente. No entanto, esses apontamentos foram sistematicamente ignorados. Além disso, a presidente mobilizou diretores e conselheiros que lhe são politicamente alinhados para endossar suas decisões autoritárias e desqualificar nossas críticas. Frente a essa situação, tornamos públicas essas práticas nos grupos de servidores e sindicalizados, para que todos tivessem ciência do que estava acontecendo dentro do sindicato.

A resposta da presidente foi a convocação de uma reunião para avaliar a conduta e posturas de diretores e conselheiros, com foco específico na minha atuação e na da conselheira fiscal. Essa reunião, que mais se assemelhou a um tribunal inquisitório, não respeitou os procedimentos previstos no estatuto sindical para afastamento de membros da diretoria, violando normas internas e desconsiderando nosso direito à ampla defesa. Como resultado, tanto eu quanto a conselheira fiscal fomos suspensos por um ano do sindicato, em um processo marcado por arbitrariedade e favorecimento político, uma vez que a decisão foi tomada por pessoas alinhadas à presidente.

Mesmo após apresentarmos uma defesa detalhada, baseada no estatuto e devidamente embasada, a presidente manteve a decisão de suspensão, ignorando os argumentos jurídicos e administrativos que evidenciavam a ilegalidade do processo. Em resposta a essa perseguição política, seguimos denunciando publicamente as irregularidades cometidas por essa gestão, que se caracteriza por decisões unilaterais, desrespeito ao estatuto e desprezo pelas instâncias coletivas do sindicato.

Agora, diante da repercussão negativa dessas denúncias, a presidente passou a se colocar como vítima publicamente, alegando que está sendo perseguida por ser mulher. Esse discurso representa um uso oportunista e irresponsável de uma pauta fundamental, desvirtuando a luta feminina para camuflar suas atitudes autoritárias. A questão central aqui não é gênero, mas sim a forma como a presidente conduz a gestão sindical, desrespeitando acordos, ignorando princípios democráticos e utilizando a estrutura do sindicato para fins pessoais e políticos.

Nosso compromisso segue sendo a defesa de um sindicato transparente, democrático e fiel aos seus princípios estatutários, onde a participação coletiva seja respeitada e onde a representação dos trabalhadores não seja manipulada por interesses individuais.

Milton Junior Andrade da Silva, Auxiliar de desenvolvimento Escolar e diretor de promoção da cultura, esporte e lazer.”

Nota da redação: A equipe do portal O Mariliense reitera o compromisso com o equilíbrio da informação e segue aberta para atualizações ou novos posicionamentos das partes envolvidas.

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