Coluna: Jogos abertos e portas fechadas em Prudente

Na última semana, a Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo anunciou que os Jogos Abertos do Interior não seria mais disputado em Presidente Prudente. Assim, a cidade de São José do Rio Preto foi novamente escolhida, já que sediou os Jogos em 2023.

Algumas justificativas foram apresentadas: não liberação das escolas estaduais para servir de alojamento, falta de adequação de praças esportivas, investimentos não realizados, Rio Preto ser reduto da secretária Coronel Helena Reis. Enfim, muita coisa foi dita.

Contudo, é preciso entender o contexto que os Jogos Regionais seriam realizados em Presidente Prudente. Próximo das eleições municipais, o prefeito Ed Thomas está bastante pressionado e viu seu capital político evaporar nos últimos anos. A SEMEPP (Secretaria Municipal de Esportes de Presidente Prudente) é chefiada por um inteirino. Clayton Santos, que foi colocado como um tampao no cargo, já que era Secretário de Comunicação, assumiu após o pedido de demissão turbulento do ex secretário e medalhista olímpico, André Domingos. André, teve um áudio vazado em que, supostamente, levaria vantagem em peneiras realizadas na cidade.

Não fosse todos os problemas administrativos, o esporte de Prudente convive com problemas estruturais. O Prudentão é um estádio defasado. Fui prova disso durante o Paulistão A3 deste ano. Fizemos o campeonato inteiro com fios soltos sob as nossas cabeças em nossa cabine. E pasmem, cabine que recebia a emissora oficial FPF. Nas semifinais, no dilúvio que caiu na partida entre Grêmio Prudente e São Bernardo, a cabine dos colegas da Rádio CBN sofreu com um vazamento no teto, que transformou o local de trabalho em uma cachoeira. Além disso, a reforma da pista de atletismo da UNESP teve obras atrasadas e, mesmo após a entrega, foi alvo de críticas vindo dos atletas.

Era em meio ao caos que Presidente Prudente iria sediar os Abertos em 2024. O esporte prudentino há tempos foi deixado de lado. A administração pública fecha os olhos para a importância do esporte como formador de cidadãos. Escolinhas esportivas, que serviam de contra turno escolar, foram reduzidas de alguns anos para cá. Assim, crianças trocam a bola pelo celular, o kimono pela rua, o esporte por qualquer outra coisa.

É preciso entender que a prática esportiva para crianças vai além de um simples jogo. E a falta dela não é um problema da pasta do Esporte, é um problema da Educação, da Assistência Social e de muitas outras camadas da nossa sociedade.

Economicamente, a cidade pode ter perdido com a não vinda dos Jogos Abertos, mas o maior derrotado foi o munícipe prudentino que acredita no esporte como meio de formação de cidadãos.

 

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