A valorização da VIDA é o fator mais importante para a prevenção ao suicídio. Sabemos que em Setembro intensificam-se ações que objetivam a prevenção ao suicídio, como, rodas de conversa, palestras, lives, workshops, e tantas outras formas de falarmos sobre esse tema tão presente na nossa sociedade, porém muito negado ainda.
São ações de grande importância e que estão ganhando espaço para além de setembro, trabalhando assim a prevenção ao suicídio em todo o tempo.
Mas quando falamos sobre forma de prevenção, além de identificarmos os sinais, desenvolvermos uma escuta ativa e qualificada, nos importarmos com a dor do outro, termos mais tempo para as relações humanas de forma profunda, precisamos falar sobre a VALORIZAÇÃO DA VIDA.
Se formos avaliar os caminhos que nossa sociedade tem percorrido nos últimos tempos, podemos identificar situações por vezes discretas de desvalorização da vida, como por exemplo, a insatisfação crônica através de comparações injustas, quando somos levados a observar e analisar o que não conseguimos e o que precisamos melhor para chegar naquele objetivo idealizado, porque “nosso vizinho” conseguiu, e eu… e você? Vamos fracassar? Ah, então são colocadas pra nós várias técnicas de como vencermos e assim somos levados a caminhar dia após dia; a ampliação e minimização, quando ampliamos o afeto de nossas perdas como perdas irreparáveis, por exemplo, não conseguir cumprir a meta do dia que eu estipulei para mim, e minimizamos nossos ganhos, como por exemplo, não considero que elaborei uma agenda inalcançável e mesmo assim consegui cumprir mais que a metade, precisando trabalhar a autocompaixão e realidade da minha história única; a dicotomia, quando somos levados a nos julgarmos e julgarmos os outros dentro da concepção do tudo ou nada. Se eu conseguir aquele emprego, ou então aquele relacionamento, é porque eu tenho valor. Agora se eu não conseguir, é porque não tenho valor. E acabamos nos julgando e colocando um peso muito grande em nossas costas, nos rotulando por conta de nosso autoconceito que poder ser influenciado diretamente pelo ambiente em que estou inserido.
Você se identificou com algum desses pontos? Eu já vivenciei estes e alguns outros em momentos da minha vida. O importante é identificarmos como estamos “vivendo a vida” para que não sejamos uma vítima desse caos existencial que vem acometendo parte da nossa sociedade.
Algumas dicas são válidas para trabalharmos a VALORIZAÇÃO DA NOSSA VIDA.
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Organize seu tempo. Veja o que se caracteriza como importante, urgente e circunstancial. Perdemos tempo com o que é circunstancial e deixamos que o importante vire urgente e assim estamos sempre correndo. E, muitas vezes, atrás do vento…
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Faça algo que te dê prazer. Não precisa gastar tanto dinheiro. Existem coisas simples que você gosta de fazer, mas que o tempo corrido não permite sequer de você identificar o que te traz prazer.
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Exercite o olhar ao “copo meio cheio” e não somente ao “copo meio vazio”. Tente observar as situações sempre considerando os dois aspectos. Exercitamos nosso olhar avaliativo e contemplativo.
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Esforce-se para colocar em prática a tríade da saúde mental: exercícios físicos, alimentação saudável e noite de sono. Nada tão elaborado. Faça pequenas mudanças e as valorize a todo tempo.
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E durante a sua respiração consciente (prestando atenção somente na sua respiração), dê um tempo pra você se sentir presente e ativo na sua vida. Independente do problema, respire e se sinta inteiro para enfrentá-lo. Lembre-se, existe uma transitoriedade nos nossos problemas. Para eles também existe um ciclo, um ápice de sofrimento e depois formas de adaptação.
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Procure ajuda profissional e esteja com pessoas que você ama. Viva os momentos de forma integral.
Vamos olhar para nosso ganhos e para as flores que também estão no caminho, pois este é não é feito somente de pedras.
Um beijo pra vocês.
Ana Gláucia Lima CRP 06/119519 – Redes sociais @psicologaanaglaucialima e Whatsapp 14 997464490.
Psicóloga Clínica e Palestrante • Especialista em Urgência e Emergência (FAMEMA) • Formação em Terapia Cognitivo Processual • Especializando em Terapia Cognitivo Comportamental (HCFMUSP) • Mestre em Ensino em Saúde (FAMEMA) • Docente Universitária na FAEF.
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