Celulares foram alvos frequentes de furtos e roubos em São Paulo em 2023, aponta Anuário

Foto: Divulgação/Polícia Civil

No estado de São Paulo, um celular foi furtado ou roubado a cada 1 minuto e 42 segundos em 2023, de acordo com dados do 18º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta quinta-feira (18).

No total, foram registrados 158.150 furtos e 137.891 roubos de celulares no estado no último ano, representando uma redução de 12,2% em comparação com 2022. Os furtos em vias públicas somaram 71,4% dos casos. O percentual elevado indica a grande quantidade de gangues de bicicletas ou motos que atacam pessoas que utilizam os celulares nas ruas, visando o acesso a aplicativos de bancos e outras contas além do próprio aparelho.

Entre os 50 municípios brasileiros com as maiores taxas de subtração de celulares, 15 estão em São Paulo. A capital paulista foi destacada como a terceira cidade com mais casos, atrás de Manaus (AM) e Teresina (PI).

O relatório também revelou variações no modo como os celulares são subtraídos, dependendo do dia da semana e do horário. Furtos ocorrem mais nos fins de semana, especialmente entre 10h e 11h e 15h e 20h. Roubos são mais frequentes durante a semana, nos horários de pico, entre 5h e 7h e 18h e 22h.

As marcas mais visadas foram Samsung (37,4%), Apple (25%), Motorola (23,1%) e Xiaomi (10%). Segundo uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas, o Brasil possui 258 milhões de smartphones em uso, ou 1,2 aparelhos por habitante. Desde 2018, há pelo menos um smartphone por pessoa no país, o que contribui para o aumento desses crimes.

Nos Estados Unidos, onde a popularização dos smartphones ocorreu mais cedo, furtos e roubos de celulares já são um problema há uma década. Na Europa, esses crimes também estão em ascensão, com um aumento de 20% no Reino Unido.

Relatórios da Interpol destacam que o crime de roubo e receptação de celulares na América Latina gerou US$ 500 mil em 2014.

Além dos furtos e roubos, os celulares têm facilitado a prática de estelionatos e golpes virtuais. Os crimes de estelionato cresceram em média 8,2% no Brasil em 2023, com um caso a cada 16 segundos. Os estelionatos eletrônicos aumentaram 13,6%.

O estado de São Paulo teve o maior crescimento nos casos de estelionato, com um aumento de 22,7%, quase o triplo da média nacional. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo ainda não distingue claramente a modalidade virtual desses crimes, apesar de sua inclusão no Código Penal em 2021.

Recentemente, operações policiais no centro de São Paulo resultaram na apreensão de 853 celulares roubados e equipamentos de desmontagem de aparelhos, destacando a Rua Guaianases como um ponto crítico para o comércio de celulares roubados.

De acordo com o Anuário, a prática de estelionato já supera os roubos, refletindo uma tendência global. O avanço da transformação digital e a falta de investimentos em segurança cibernética contribuem para esse cenário. Crimes cometidos à distância reduzem a exposição dos criminosos e complicam a identificação pelos órgãos de segurança.

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