No primeiro dia da reunião do Conselho Europeu em Bruxelas, os líderes da União Europeia deram luz verde para o início das negociações visando à adesão da Bósnia-Herzegovina ao bloco. Contudo, ressaltaram que o país precisará implementar mais reformas para garantir sua entrada.
Após oito anos desde a solicitação de adesão ao bloco por parte da nação dos Bálcãs Ocidentais, os 27 membros da UE concordaram em abrir as discussões para a integração da Bósnia-Herzegovina.
“Parabéns. O lugar de vocês é na nossa família europeia”, declarou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, em uma rede social, ao anunciar a decisão histórica.
Esta decisão é considerada um marco para a Bósnia, que há quase três décadas tenta se recuperar da guerra dos anos 90 e fortalecer sua estabilidade, ameaçada por rivalidades étnicas.
Elvira Habota, líder do processo de integração europeia da Bósnia, expressou otimismo, afirmando que a decisão pode gerar uma “onda de esperança” para os cidadãos e instituições do país.
O atual contexto geopolítico, especialmente a invasão russa da Ucrânia, reforçou os esforços da UE para expandir o bloco, buscando novos membros na Europa Oriental e Central. A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, destacou a importância deste passo para aproximar Sarajevo da União Europeia.
Entretanto, a decisão da UE impõe à Bósnia a necessidade de implementar diversas reformas, especialmente nas áreas judiciais e eleitorais, antes de avançar para a próxima fase do processo de adesão.
Apesar do apoio à abertura das negociações, países como Dinamarca e Países Baixos expressaram preocupações com as lacunas nas reformas constitucionais e eleitorais. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enfatizou que a Bósnia está alinhada com a política externa e de segurança da UE, mas ressaltou a importância das reformas internas.
A Bósnia-Herzegovina conta com o apoio de países como Áustria, Croácia, Itália, Hungria e Eslovênia, conhecidos como os “amigos da Bósnia”, que defendem a inclusão do país nos processos de adesão à UE.
Embora o caminho para a adesão ainda tenha desafios a serem superados, a Bósnia-Herzegovina está mais próxima do que nunca de integrar a União Europeia, seguindo os passos da Ucrânia e da Moldávia. A UE reitera que qualquer país europeu comprometido com os valores democráticos pode buscar a adesão, desde que se submeta ao processo de negociações e às necessárias reformas.
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