Amizades sinceras, as telas e o que conforta o coração, por Cláudia Bento

Gente gosta de gente. Pessoas se conectam com pessoas. O marketing adora esse mantra. Mas, será? Gostamos sim, mas o que está havendo hoje em dia? Como o ser humano pode estar tão solitário em um mundo repleto de pessoas igualmente solitárias? Há uma infinidade de amigos digitais que curtem, compartilham, comentam, dão likes nas nossas postagens, e nos sentimos tão bem com isso. Ao mesmo tempo, não sabemos como está o amigo que até pouco tempo era tão próximo.

Estamos vivendo, ao meu ver, rodeados por uma grande rede que nos proporciona prazer imediato e satisfaz nossa sede por saber de tudo um pouco, sem motivo aparente ou apenas por curiosidade. O que houve com as conversas jogadas fora na mesa de jantar ou do café da tarde, conduzidas por um gostoso bolo de fubá com aquele café quentinho? Quais amigos você tem visto e encontrado para apenas prosear, dar um abraço apertado e trocar calor humano?

“Ah, estou tão sem tempo. Tenho que estudar, trabalhar mais porque tem aquela viagem, o carro, a bolsa, ou o sapato que quero tanto comprar.” É uma desculpa que se pode dar. Ou “simplesmente tenho disponível na minha tela (TV/notebook/celular) todos os filmes, séries e derivados que preciso para maratonar no final de semana: sozinho!”.

Nessa, acabamos trocando voluntariamente, mesmo com condições físicas, emocionais e financeiras, a maternidade/paternidade pelo cuidado com animaizinhos. Lindo, não? Amo esses pets, mas precisamos entender que são pets e não pessoas, e que talvez algo não vá bem quando trocamos os papéis.

Bem, vou contar uma história, a minha história: tenho um perfil já pronto para socialização! Amo! Amo gente, estar rodeada de pessoas, amo festas, passeios, dar risadas e tudo o mais. Mas, não sou de me prender muito. Gosto de gente, e esse gostar vem no plural, mas sou bem seletiva quanto a quem realmente confio. Esse é um privilégio de poucos… Alguns anos atrás, conheci um jovem bem carrancudo e distante. Imagine, eu toda sorridente e ele todo sério, todo inteligente e sábio. Fomos nos conhecendo, quebrando o gelo, acredito que, em alguns momentos, ele tenha pensado: “Não, a Claudia não, gente!” Hoje, esse carinha, quase um doutor, está fazendo mais um ano de vida e me passou um filme: como foi bom estar com ele todo esse tempo. Trabalhamos juntos, conversamos, ele me ajuda pra caramba e sei que o ajudo também. Adotei-o como filho, me alegro com cada conquista dele e, principalmente, sei que ele vai ser um sucesso… Muito sucesso. Cresci demais profissionalmente e como ser humano também.

Reflexões:

❤️ Permita-se encontrar pessoas e, se forem pessoas que agregam à sua vida, acolha-as.

❤️ Nada, mas nada nesse mundo, consegue acalmar a alma mais do que um sorriso sincero.

❤️ Não estamos sós! Escolhemos a solidão por, às vezes, temermos sofrer com pessoas. Ok, mas pense que sempre tem alguém que pode estar perto de você e não o ferir.

❤️ Aprenda a agradecer quando alguém te faz um elogio ou gasta tempo com você; ele voltará, com certeza!

❤️ Ter amigos não é fácil, somos distintos, mas dá um prazer, uma alegria!

E deixo aqui o meu Feliz Dia ao meu grande amigo/mestre/cantor e compositor e, já já, um Doutor. Meu presente vem de você: obrigada por acreditar em mim.

 

Por fim, leia mais O Mariliense

Veja também...

Rolar para cima