O buraco financeiro de R$ 2 bilhões segue cobrando caro de Marília. O novo estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), divulgado nesta quinta-feira (18) com base em dados de 2024, mostra que a cidade afundou ainda mais no ranking do Índice Firjan de Gestão Fiscal (IFGF). Agora, Marília amarga a 3.768ª posição no cenário nacional e a 527ª no estadual, com nota de apenas 0,5379 — classificação que deixa claro: a cidade está na faixa de “gestão em dificuldade”.
No levantamento anterior, referente a 2023, Marília já não estava bem, mas ocupava a 3.453ª colocação nacional e a 516ª no Estado, com índice de 0,5286. Ou seja, mesmo com uma pontuação ligeiramente melhor, o município continua preso ao grupo das cidades que não conseguem se organizar financeiramente.


O IFGF avalia quatro pilares: autonomia, gastos com pessoal, liquidez e investimentos. Marília só conseguiu nota máxima em autonomia (1,0000) e gastos com pessoal (1,0000), basicamente mostrando que arrecada para pagar sua máquina pública e os salários — mas para por aí. Nos outros pontos, o retrato é desastroso: liquidez zerada (0,0000), ou seja, nenhum recurso em caixa para cumprir compromissos de curto prazo, e investimentos vergonhosos, com apenas 0,1518, um dos piores índices de toda a série histórica.
Da boa gestão ao colapso
A trajetória é de queda livre. Em 2020, Marília chegou a figurar na faixa de “boa gestão”, com nota 0,6518. Mas desde então, os índices despencam ano após ano, empurrando a cidade de volta ao mapa da precariedade. O rombo de R$ 2 bilhões, herdado e ampliado com gestões que falharam em modernizar a administração, transformou-se num peso que asfixia qualquer chance de desenvolvimento.
Enquanto isso, no Estado de São Paulo, a média do IFGF em 2024 foi de 0,6862. Quase 74% das cidades paulistas encerraram o ano em situação fiscal boa ou excelente. Marília, por sua vez, aparece novamente entre os piores desempenhos, atolada na crise fiscal e sem capacidade de reagir.
O diagnóstico da Firjan não deixa dúvidas: Marília está de joelhos diante da própria dívida. Mantém a arrecadação e paga salários em dia, mas não sobra nada para investir, nem sequer para garantir liquidez mínima. Resultado: serviços públicos sucateados, obras travadas e uma população que continua pagando a conta de gestões incapazes de tirar a cidade do vermelho.