Taxação dos EUA sobre o Agro acende alerta: Ulisses Machado, da Cia de Rodeio Saru, fala em risco de “efeito dominó” na economia rural

A recente decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos agropecuários brasileiros está gerando grande apreensão entre produtores, empresários e representantes do agronegócio. Entre os que manifestaram forte preocupação está Ulisses Machado, gestor do agro e nome à frente da Cia de Rodeio Saru, que há décadas atua no interior paulista impulsionando o desenvolvimento de toda uma cadeia econômica ligada à produção no campo.

Segundo Ulisses, a medida americana é um retrocesso na competitividade do Brasil e ameaça criar um efeito dominó no interior de São Paulo, região fortemente dependente da exportação de produtos como carne, café, suco de laranja e celulose.

“O agronegócio é a locomotiva do interior. Quando se atinge as exportações com uma pancada dessas, o reflexo chega rápido no produtor, no comércio, na indústria de insumos, nas transportadoras e no pequeno trabalhador rural”, afirma.

A sobretaxa anunciada pelos EUA atinge setores onde o Brasil é líder global — especialmente carne bovina e suco de laranja, produtos em que o interior paulista se destaca. Para Ulisses Machado, que também atua no setor de engorda de gado, a medida inviabiliza operações de médio e longo prazo.

“Tem gente com contratos internacionais sendo congelados, frigoríficos repensando os embarques e pequenos produtores apreensivos. Quem vive do boi sabe: o custo de produção não para de subir, e agora o mercado externo se fecha?”, alerta.

A Cia de Rodeio Saru movimenta dezenas de cidades com eventos, gera empregos e fortalece o turismo rural. Porém, para Ulisses, tudo isso pode ser abalado por uma retração do agro:

“Quando o agro sangra, o interior empobrece. Não é só exportador que perde. É a lanchonete, o posto de gasolina, o peão da fazenda, o vaqueiro, o promotor de eventos… Todo mundo entra em estado de alerta.”

Além da redução nos embarques, Ulisses prevê queda no investimento rural, retração nas compras de máquinas, suspensões de eventos e até cancelamento de rodeios em cidades que dependem do fomento agropecuário.

Para o empresário, é hora de união entre produtores, empresários e representantes políticos para pressionar por soluções diplomáticas urgentes.

“Precisamos de articulação. O governo tem que proteger quem produz. O que os EUA estão fazendo não é só uma medida comercial, é uma jogada política que coloca em risco famílias inteiras que vivem do campo”, critica.

Ulisses defende ainda a abertura de novos mercados, o fortalecimento de acordos com a União Europeia e o Mercosul, e a diversificação dos canais de exportação para reduzir a dependência dos EUA.

A visão empresarial de Ulisses Machado sintetiza o sentimento de quem vive o campo de perto: a taxação americana representa uma ameaça real e imediata à estabilidade econômica do interior paulista. Com milhares de empregos em risco e um cenário de incerteza no setor produtivo, ele reforça o chamado à mobilização:

“O agro não pode pagar essa conta sozinho. É hora de proteger quem trabalha, quem planta, quem cria. Ou vamos assistir uma crise bater à nossa porta sem fazer nada.”

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