As autoridades alfandegárias da China interromperam, nesta segunda-feira (3), a importação de carne bovina de sete estabelecimentos localizados no Brasil, Argentina, Uruguai e Mongólia. A decisão ocorre em um cenário de recordes nas importações em 2024, que resultou em excesso de oferta e prejuízos para os produtores.
O órgão responsável pela alfandega chinesa anunciou a suspensão da entrada de produtos provenientes de dois exportadores argentinos, três frigoríficos brasileiros, além de uma empresa Uruguai e outra da Mongólia. Entre os frigoríficos do Brasil afetados estão unidades situadas em Minas Gerais, São Paulo e Goiás.
Embora as razões específicas para a interrupção não tenham sido divulgadas, entidades do setor informaram que a decisão está relacionada ao descumprimento de normas aplicáveis pelo governo chinês para o cadastro de fornecedores estrangeiros. As empresas impactadas já foram notificadas e estão implementando ajustes para se adequarem às suas exigências.
Brasil, Argentina e Uruguai estão entre os principais exportadores de carne bovina para o mercado chinês. No final do ano passado, o Ministério do Comércio da China iniciou uma análise sobre o aumento das importações desse produto. O país, que lidera o consumo e a compra de carne bovina no mundo, registrou uma queda significativa nos preços internos devido ao grande volume de oferta.
Em 2024, a China atingiu um novo recorde, adquirindo 2,87 milhões de toneladas de carne bovina. O crescimento das importações elevou o risco de restrições comerciais por parte do governo chinês, o que pode impactar importantes fornecedores globais, como Brasil, Argentina, Austrália e Estados Unidos. O setor aguarda o estágio oficial da investigação, que deverá ser divulgado até o final do ano.
Leia mais O Mariliense