Uma mulher foi presa em flagrante pela Polícia Militar , nesse sábado (26) em São Paulo, acusada de supostamente assassinar sua filha, esquartejar o corpo da criança e ocultá-lo em sua geladeira. Conforme a Polícia Civil, Ruth Floriano, de 30 anos, admitiu ter esfaqueado Alany Izilda Floriano Silva, de apenas 9 anos.
De acordo com as autoridades policiais, pessoas que auxiliavam Ruth em uma mudança encontraram partes do corpo da menina dentro da geladeira da casa dela, situada no bairro Aracati, na Zona Sul da capital paulista. Após o descobrimento, eles acionaram a PM, que se deslocou até o local e empreendeu buscas pela mãe. Horas depois, Ruth foi detida na residência de seu namorado na Zona Leste da cidade.
O incidente foi registrado no 47º Distrito Policial (DP) de Capão Redondo, como homicídio qualificado contra menor de 14 anos, emboscada por motivo fútil, ocultação de cadáver e recurso que dificultou a defesa da vítima. A investigação será conduzida pelo 100º DP de Jardim Herculano.
As forças policiais ainda estão buscando determinar o momento e a motivação do crime. Isso porque Ruth deu pelo menos duas versões diferentes sobre o assassinato de sua filha. A menina havia nascido em 6 de agosto de 1992, fruto de um relacionamento cujo pai ainda não foi identificado. O pai da criança não morava com Ruth e a menina, sendo que a investigação procura identificá-lo e ouvi-lo.
Primeira versão de Ruth
No primeiro depoimento à PM, Ruth negou a autoria do crime e declarou, conforme os relatos policiais, que cerca de um mês antes ela havia conhecido um homem em um aplicativo de relacionamento. Ela disse que o levou para casa, onde consumiram drogas e dormiram. Ao acordar, ela afirmou ter encontrado a filha morta, porém não recordava o que havia acontecido. Ruth não esclareceu se teria sido ela ou o homem que matou e esquartejou a criança. No entanto, ela decidiu colocar os pedaços do corpo da menina na geladeira.
Esse homem foi identificado e interrogado pela polícia. Ele informou que conheceu Ruth em 2018 e terminou o relacionamento em março de 2023, período em que conheceu a filha dela. Ele também relatou que Ruth não demonstrava carinho, afeto ou cuidados com a menina. A polícia concluiu que ele não teve envolvimento no crime.
Segunda versão
Durante seu interrogatório na delegacia, Ruth apresentou outra versão do crime. Ela alegou que assassinou Alany entre 8 e 9 de agosto, dois ou três dias após a filha completar 9 anos. A motivação do crime, de acordo com o boletim de ocorrência, foi o fato de Ruth “não aceitar a separação do pai” da criança.
Segundo o relato no registro policial, a mãe apunhalou a filha no peito e posteriormente cortou o corpo em pedaços, colocando-os em um saco plástico e numa caixa térmica. No dia 15 de agosto, ela optou por guardar as partes da menina na geladeira. No dia seguinte, mudou-se para outro endereço, levando a geladeira consigo com a ajuda de amigos e familiares de seu namorado.
Esse namorado também foi interrogado pela polícia e negou ter conhecimento do crime. Ele mencionou que Ruth não o deixava entrar em sua casa e que ele tinha que esperar do lado de fora. Porém, ele percebeu um “cheiro” vindo do imóvel.
Ruth acrescentou que, no dia 25 de agosto, foi até a Zona Leste para entregar uma chave a seu ex-marido, o qual negou ser pai de Alany. Ele declarou ter conhecido Ruth dois anos antes por meio de um aplicativo de relacionamento e que tiveram um “relacionamento afetivo”.
Em 26 de agosto, a mãe do namorado de Ruth decidiu entrar na casa durante a ausência dela e abriu a geladeira, que estava envolta por panos e plástico. Ao remover as embalagens, a sogra encontrou os restos mortais de Alany. Ela acionou a PM, que compareceu ao local e posteriormente localizou Ruth na casa do ex-marido.
Judicialmente Ruth aguardará uma audiência de custódia nos próximos dias, quando a Justiça determinará se ela permanecerá presa ou será liberada para responder pelas acusações. A polícia também solicitou que a prisão em flagrante seja convertida em prisão preventiva, o que resultaria em sua detenção por período indeterminado. Até a última atualização deste relato, não havia decisão judicial em relação a esse pedido.
Ruth é mãe de outros dois filhos, que foram encontrados e entregues ao Conselho Tutelar.
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