A decisão da Suprema Corte dos EUA, que derrubou o direito ao aborto legal no país, levou milhares de norte-americanos às ruas para protestar em diversos estados. Alguns protestos foram organizados por redes de clínicas de saúde reprodutiva e a maioria dos manifestantes presentes eram mulheres.
A grande maioria das manifestações foi pacífica, mas foram relatados incidentes em alguns lugares, como em Los Angeles, na Califórnia e Phoenix, no Arizona, onde aconteceram casos de violência contra manifestantes.
Um dos maiores protestos aconteceu em Washington, com centenas de pessoas manifestando em frente à Suprema Corte. Outros protestos também ocorreram em Miami, Houston, Denver, Atlanta e Nova York.
Entenda
A Suprema Corte Americana revogou a decisão “Roe contra Wade”, de 1973, que reconhecia o direito constitucional e legalizou o aborto em todo os Estados Unidos. Portanto, agora os estados terão o poder de definir se esse tipo de procedimento será permitido ou não. A expectativa é de que com a mudança, cerca de metade dos estados americanos passem a proibir o aborto.
Segundo pesquisas de opinião, a maioria da opinião pública americana era a favor da preservação da decisão Roe contra Wade.
Seis dos 9 membros que formam a Suprema Corte dos EUA, votaram a favor da derrubada da decisão Roe contra Wade e 3 votaram pela permanência da decisão. Um dos argumentos utilizados pela maioria é de que o aborto não é previsto especificamente em lei e que a antiga decisão teria sido apenas baseada em uma interpretação da Constituição.
A decisão do Supremo deve tornar o aborto ilegal em quase metade dos estados americanos que são conservadores e agora poderão decidir separadamente pela aprovação ou não da interrupção da gravidez. No entanto, isso não significa que o aborto está automaticamente proibido nos EUA. No Texas e no Tennessee foi estabelecido um período de 30 dias para que a decisão entre em vigor.
Já no Arkansas, Alabama, Louisiana, Kentucky, Oklahoma, Missouri, Utah, Wisconsin e Dakota do Sul tinha aprovado anteriormente leis que proibiam o procedimento e que passaram a vigorar logo após o anúncio da Suprema Corte.
Espera-se que 22 estados americanos deverão manter o direito ao aborto e que passarão a se preparar para receber mulheres vindas de outros estados onde o procedimento passará a ser proibido. Alguns estados anunciaram planos para garantir o direito ao aborto por lei. Em Delaware e Connecticut as categorias de profissionais de saúde que estão autorizadas a realizar o aborto foram expandidas. Nova York prometeu US$35 milhões para facilitar o acesso ao aborto e a Califórnia destinou US$152 milhões.
Isso significa que as mulheres que quiserem realizar o procedimento terão que se deslocar até um estado onde o aborto seja permitido.
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